quarta-feira, 2 de março de 2011

Não passou no vestibular? Conhece alguém que não passou? Saiba o que fazer agora!

As listas de vestibular saíram e seu nome não estava nelas? Agora é hora de aprender a lidar com a frustração e analisar quais são seus pontos fortes e seus pontos fracos. A orientação é da psicóloga Patrícia Mortara, supervisora de estágio da orientação profissional da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).


"Lidar com a frustração, todos nós lidamos. Não adianta querer preservar os jovens da frustração. Isso não existe. A gente fica com pena, mas faz parte do processo da vida", afirma a professora.

Apoio da família e dos amigos é essencial

  • Os vestibulandos que ficaram de fora da primeira chamada da Fuvest não devem desanimar
E como sobreviver a essa decepção? "Como com qualquer outra. Como da primeira vez que caiu da bicicleta. São momentos diferentes, mas passar por eles faz parte do processo de crescimento", diz Patrícia.

É hora de mudar de carreira?

Após checar com clareza as listas, o ideal é começar uma análise aprofundada do ano que passou e observar as próprias características - para ver o que faltou fazer.

Segundo o psiquiatra e consultor Roberto Shinyashiki, não é hora de desistir de ingressar na faculdade desejada. "Nesse momento da angústia, é preciso fazer uma autoanálise, mas manter o sonho."

Ajuda especializada

De acordo com Shinyashiki, há três pontos que o vestibulando deve considerar nessa auto-observação:


  • Verificar qual é o domínio do conteúdo das disciplinas. Faltou saber alguma coisa?

  • O treino para fazer provas foi adequado? Tem gente que estuda muito e não é bom de provas, porque se cansa ou perde a concentração.

  • A preparação psicológica foi suficiente? Ou deu aquele nervoso na hora H?


  • "Para quem não sabe estudar, porque não aprendeu a se organizar, por exemplo, pode procurar ajuda de um pedagogo. Já quem sente muito nervoso em situações de estresse, pode procurar psicólogos. Os psicólogos do esporte, em geral, trabalham muito bem com situações em que atletas estão sob pressão - mais ou menos o que o vestibulando passa na prova", avalia o médico.

    Observar também os pontos fortes

    O coordenador do Etapa, Eduardo Bindi, levanta uma questão importante para os candidatos: "Se o vestibulando passou para a segunda fase da Fuvest, já ficou muito perto de ser chamado. E isso não é fácil", diz. "Quem não passou está apto a tentar novamente. É pensar no próximo ano e fazer a nova tentativa dar certo."

    O professor lembra que a Fuvest mudou as regras do vestibular este ano. Com isso, a redação ganhou um peso muito grande. "O fator casualidade aumentou no vestibular da USP. Existe o mérito e tem também o acaso na seleção. Infelizmente, para os que ficaram abaixo do corte, os pontos na redação podem ter interferido. E o tema foi ruim, com textos sem sentido", avalia.

    Papel da família

    Compreensão e sensibilidade são pré-requisitos para os pais que pretendem ajudar os filhos que não passaram no vestibular. "Existem famílias que cobram os jovens que se esforçaram tanto e não conseguiram. Isso não faz bem", conta Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do curso Objetivo.

    "A família tem de entender que os vestibulares não são como antigamente. Há muita exigência e o grau de conhecimento necessário é enorme", diz. Segundo ela, o pai e a mãe podem inclusive estimular os jovens a descansarem - tudo a fim de começar um novo ano de estudos com mais energia. Vale também dar aquela força na checagem nas próximas listas de convocados.

    Agora, se seu filho não fez nada o ano inteiro e não passou nas provas, a orientação muda. "Se o filho foi muito irresponsável, o pai tem de saber onde apertar. Pode deixar de pagar mesada, cortar viagens, deixar sem carro, por exemplo", recomenda Shinyashiki. "Mas deixar de pagar cursinho é bobagem. Se o filho não estudou, isso não vai resolver".

    Namorados e amigos

    A professora Vera já viu casais terminarem quando só um dos namorados foi convocado no vestibular. Uma orientação é manter o equilíbrio. "Quem passou, não pode ficar deslumbrado. E quem não passou, não tem motivo para se sentir humilhado. Faz parte da vida. E o casal pode continuar lutando junto."

    E se a questão é amizade, a dica é mais ou menos parecida. "A hora é dura, mas quem não passou deve tentar ficar contente pelo amigo. É natural que isso aconteça", diz Bindi.

    Na contra partida, quem garantiu a vaga na faculdade pode estimular os amigos que não passaram a estudarem. "Vale mostrar que é possível e dar apoio psicológico para o amigo entrar no ano seguinte. Se precisar, pode até tirar dúvidas", diz Vera.

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